É honorável para um homem admitir
os seus medos, resistências e limites práticos. É simplesmente verdade que cada
homem tem o seu limite, a sua capacidade para o crescimento e o seu destino.
Mas é uma desonra para ele mentir a si próprio ou a outros acerca do seu real
lugar. Ele não deveria fingir ser mais iluminado do que é – nem deveria
limitar-se a ficar pelo seu atual limite. Quanto mais um homem estiver a
desafiar o seu real limite, mais valioso ele é como boa companhia para outros
homens, mais ele poderá ser confiável pela sua autenticidade e capacidade de
estar totalmente presente. Onde o limite de um homem está localizado é menos
importante do que ele estar a viver o seu limite em verdade, mais do que sendo
preguiçoso ou desiludido.
Pegue numa área da sua vida,
talvez a sua relação íntima, a sua carreira, a relação com as suas crianças, ou
a sua prática espiritual. Por exemplo, atualmente estará a fazer alguma coisa
para ganhar a vida. Onde é que os seus medos o impedem de realizar uma maior
contribuição para a humanidade, de ganhar mais dinheiro, de ganhar dinheiro de
uma forma mais criativa e agradável? Se fosse uma pessoa absolutamente
destemida estaria a ganhar a vida exatamente da mesma maneira que está a
fazê-lo agora? O seu limite encontra-se onde parou e ficou ou, onde se
compromete com a sua mais completa dádiva e, assim, enfrentando os seus medos?
Terá perdido o contacto com os
medos que o estão a limitar os seus ganhos e estilo de vida? Se se sente
desiludido e sente que não tem medo, então mente a si mesmo. Todos os homens
sentem medo, a não ser que sejam perfeitamente livres. Se não é capaz de
admiti-lo está a fingir perante si próprio e perante os outros. Os seus amigos
sentirão o seu medo, mesmo que você não o sinta. Assim, eles irão perder
confiança em si, sabendo que se está a iludir a si próprio, a mentir a si
próprio e, assim, propenso a mentir-lhes a eles também, consciente ou
inconscientemente. Ou, talvez se encontre extremamente consciente dos seus
medos: o seu medo de correr riscos, o seu medo de falhar, o seu medo de ser bem
sucedido. Talvez se sinta confortável com a sua vida, e teme que uma mudança no
seu estilo de vida possa vir acompanhado de uma mudança na sua carreira, apesar
de a nova carreira poder estar mais próxima daquilo que realmente quer fazer
com a sua vida. Alguns homens temem o sentimento de medo e desse modo nem
sequer se aproximam do seu limite. Eles escolhem um emprego que sabem poder
fazer bem e com facilidade, e nem sequer chegam próximo da mais completa
entrega da sua dádiva. As suas vidas são relativamente seguras e confortáveis,
mas mortas. Eles sentem a falta de vivacidade, de profundidade e de energia
inspiracional, que assinalam que um homem está a viver no seu limite. Se se
identifica com este tipo de homem que recua, provavelmente trabalhando duro,
mas não no seu real limite, outros homens não serão capazes de confiar que
possa e vá ajudá-los a viver no seu limite e dar as suas mais completas
dádivas.
Como uma experiência, descreva o
seu limite com respeito à sua carreira bem alto para si mesmo. Diga algo como:
“Eu sei que poderia estar a ganhar mais dinheiro, mas sou demasiado preguiçoso
para colocar nele as horas extras que tal iria exigir. Eu sei que poderia dar
mais da minha verdadeira dádiva, mas tenho medo que possa não ser bem sucedido,
e então serei um falhado sem dinheiro. Gastei 15 anos a desenvolver a minha
carreira, tenho medo de abandoná-la e começar de novo, apesar de saber que
passo a minha vida fazendo coisas que não tenho o mínimo interesse em fazer. Eu
poderia estar a fazer dinheiro de maneiras mais criativas, mas passo demasiado
tempo a ver televisão, em vez de ser criativo.”
Honre o seu limite. Honre as suas
escolhas. Seja honesto consigo próprio a respeito. Um homem medroso, que sabe
que é medroso é, de longe, mais confiável que um homem medroso que não está
consciente dos seus medos. E um homem medroso que, mesmo assim, mergulha nos
seus medos, vivendo o seu limite e oferecendo as suas dádivas a partir daí, é
mais confiável e mais inspirador que um homem medroso que estagna na sua zona
de conforto, indisponível para, sequer, experienciar o seu medo numa base
diária. Um homem livre está livre para reconhecer os seus medos, sem
escondê-los ou escondendo-se deles. Viver com os seus lábios apertados contra
os seus medos, beijando os seus medos, nem recuando, nem violando-os
agressivamente.
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